domingo, 13 de junho de 2021

PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO

 


PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO, IMORTAL DA CADEIRA 31 DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS, QUE TEM COMO PATRONO PADRE BRITO GUERRA, PRIMEIRO OCUPANTE FOI JOSÉ MELQUIDES E COMO ATUAL, A PATUENSE LEIDE CÂMARA

Pedro Vicente Costa Sobrinho, natural de Macau-RN, nascido em 19 de outubro de 1945 e faleceu em Natal-RN-RN, no dia 5 de setembro de 2013,  ex-professor das Universidades Federais do Acre e do Rio Grande do Norte. Foi Delegado Executivo das Delegacias do SESC e SENAC no Acre.Presidiu a Associação dos Sociólogos do Rio Grande do Norte e a Federação Norte-Nordeste de Cine-clubes.Dirigiu a Editora aa UFRN. Foi Conselheiro do Conselho Municipal de Cultura de Natal-RN. Pesquisador de Culinária da Amazõnia. Estudioso de gastronomia. Pós-Graduado em Economia Rural, Mestre em Ciências Sociais e Doutor em Ciências da Comunicação pela USP. É membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da União Brasileira de Escritores .Conselheiro do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte. Foi homenageado com os títulos de cidadão do Acre e da cidade de Rio Branco. Dirigiu Editoras, Livrarias e Jornais. É Autor dos livros: Capital e trabalho na Amazônia Ocidental; Reflexões sobre a desintegração do comunismo soviético; Exercícios circunstanciais; Comunicação alternativa e movimentos sociais na Amazônia Ocidental; Vozes do Nordeste,Outras circunstâncias, entre outros

FONTE – PERFIL DE PEDRO VICENTE

ENTREVISTAS - JOSÉ SOARES JÚNIOR ENTREVISTA PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO

 


 

 


IMORTAL, ENQUANTO DURE...

 

Pedro Vicente Costa Sobrinho é natural de Macau-RN. No entanto, na cidade em que nasceu, residiu por um curto período, pois parte de sua família deslocou-se para o estado de Pernambuco. No subúrbio de Recife e interior do estado residiu por dezoito anos, nas cidades de Jaboatão e Ribeirão, onde freqüentou os antigos cursos primário e ginasial.
 

Os primeiros contatos afetivos com o mundo do livro aconteceram aos sete anos, ao ter acesso à pequena biblioteca do seu primo João Costa. Entre os sete e onze anos, nela pôde ler romances de Michel Zevaco, Rafael Sabatini, Victor Hugo, Alexandre Dumas (pai e filho), Ponson du Terrail, Humberto de Campos, Coelho Neto, José de Alencar; obras psicografadas e da doutrina espírita, além de muita revista, quadrinhos, cinema e fotonovelas: Grande Hotel, Ilusão, Capricho etc. O alargamento do horizonte de leitura, contudo, tinha por obstáculo a não existência de bibliotecas escolares e públicas na cidade, e até mesmo de livrarias. Para superar esta carência, a compra de livros tinha que ser feita em Recife ou através do sistema de reembolso postal. Disse o escritor Pedro Vicente: “Na cidade de Ribeirão, consegui adquirir muitos livros através da Editora Gertum Carneiro, atualmente Ediouro, que mantinha um bom serviço de remessa através do correio. Lembro-me bem que recebi obras de Aluisio de Azevedo, Eça de Queiroz, Alencar, Bernardo Guimarães, Lima Barreto, Émile Zola, Júlio Ribeiro, entre outros. Até os quinze anos, não havia recebido orientação para a leitura. Lia por hábito tudo que me chegava às mãos, e assistia muitos filmes, especialmente, western".
 

Fato importante, em sua trajetória de formação intelectual, foi ter conhecido, em 1961, o operário Sebastião Ricardo e o poeta Alberto da Cunha Melo. Através do primeiro, comecei a ler a literatura socialista; Alberto, por sua vez, revelou-me o mundo da poesia e aproximou-me de jovens intelectuais que editava o “Dia Virá”, pequeno jornal de circulação mensal em Jaboatão. “Desse momento, guardo gratas recordações – disse Pedro Vicente -, pois, daí em diante, envolvi-me em duas frentes: os movimentos sociais e com o núcleo de jovens poetas e escritores que conviviam no Colégio Estadual e no jornal “Dia Virá”. Desse núcleo, participavam os poetas Alberto da Cunha Melo, Jaci Bezerra, Domingos Alexandre e José Luís de Melo, que vieram a constituir o grupo deflagrador do movimento que ficou conhecido como geração – 65, de marcante presença no cenário cultural de Pernambuco”.
 

Muitos foram os livros lidos, porém - disse Pedro Vicente – alguns deles marcaram profundamente sua formação, sem que isto, no entanto, tenha qualquer significado de avaliação crítica ou estética. “Posso afirmar que a Bíblia, que lia desde os nove anos, induzido por minha convivência com evangélicos; O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë; Judeu sem Dinheiro, de Michel Gold; e o Manifesto Comunista, que me fez aproximar e filiar-me ao Partido Comunista Brasileiro. Daí, acredito, a minha compulsão para as ciências sociais e, consequentemente, para a pesquisa e docência”.
 

No ano de 1964, em decorrência do golpe militar, foi compelido a sair de Recife e voltar ao Rio Grande do Norte. Tinha dezoito anos, e regressava à Natal já na condição de exilado, pois fugira da perseguição política em Pernambuco, motivada pela sua atuação nos movimentos estudantil e sindical, e militância no PCB .
 

O momento histórico era difícil; os duros anos da ditadura militar estavam iniciando. O ambiente político e cultural em Natal sofrera profunda alteração. O prefeito Djalma Maranhão havia sido preso e seu mandato cassado, juntamente com seu vice. Vários políticos tiveram o mesmo destino. Estudantes, jornalistas, professores, escritores, lideranças sindicais e trabalhadores foram perseguidos, muitos até foram presos. O clima de insegurança e desconfiança era dominante, contudo, a década de sessenta fora um período rico de acontecimentos políticos e culturais no Brasil e no mundo: a Nouvelle Vague, o cinema novo, a bossa nova, a revista Civilização Brasileira, o tropicalismo, a revolução cubana, Che Guevara, os Beatles, Woodstock, a guerra do Vietnam, o assassinato dos Kennedy, o Concílio Vaticano II, o Encontro de Medellín, Sartre, a atmosfera de Paris e Praga; em sessenta e oito, a passeata dos cem mil, e também a edição do AI-5 e o início da luta armada no Brasil, foram fatos dos mais marcantes.
 

Apesar dos atropelos e perseguições pouco a pouco, a cidade foi tomando ares de normalidade. O clima generalizado de desconfiança foi, de certo modo, contido, e certas pessoas do mundo intelectual e político voltaram a se reencontrar para conversar sobre política e arte.
 

A livraria Universitária foi um espaço importante, porque lá se podia adquirir livros e revistas que veiculavam idéias contrárias ao regime militar, e por meio da variedade e qualidade do seu acervo bibliográfico atraía pessoas interessadas em história, política, literatura e artes.
 

Outros núcleos foram destacados por Pedro Vicente: o Cineclube Tirol, que reunia jovens intelectuais apreciadores de cinema, tais como Moacy Cirne, Gilberto Stábile, Francisco Sobreira, Alderico Leandro, Falves, Franklin Capistrano, Bené Chaves, Juliano Siqueira, entre outros, tornou-se um centro irradiador de cultura e aglutinador de centenas de pessoas em suas sessões de arte; a Casa do Estudante, após a desarticulação das lideranças e entidades estudantis, tais como DCE, UEE e UPE e diretórios acadêmicos, passou a desempenhar papel decisivo na reorganização do movimento estudantil de oposição ao regime militar.
 

Diferentemente dos outros núcleos, acima citados, – disse Pedro Vicente- “no Grande Ponto, na recém-inaugurada Praça Kennedy, um grupo de intelectuais se reunia informalmente, porém com certa regularidade, para conversar e discutir idéias sobre política, cinema, música, dança, teatro e artes plásticas. Deste núcleo que se autodenominou “Geração das Cocadas”, participaram muitos jovens intelectuais que vieram a assumir posição de destaque no cenário político e cultural da cidade.” Na verdade, a “Geração das Cocadas”, a Casa do Estudante e o Cineclube Tirol interagiam; muitos dos seus personagens circulavam sem fronteiras no interior desses núcleos, que se constituíram, segundo Pedro Vicente, junto aos partidos de esquerda e o movimento estudantil, na oposição mais coerente e ativa contra a ditadura militar no Estado. Realça – Pedro Vicente – que deve muito a esses grupos, pois tiveram papel fundamental na sua formação intelectual. A sua participação e envolvimento, com eles, aconteceu logo que voltou a Natal, quando passou a trabalhar no Departamento Estadual de Imprensa e como revisor no jornal Tribuna do Norte.

 

Nos anos de sessenta e cinco a sessenta e nove, Pedro Vicente destacou sua presença no grupo que reorganizou o Partido Comunista no Rio Grande do Norte, vindo a participar de sua direção clandestina no Estado, bem como seu envolvimento com a fundação do MDB. E, também, sua ida a União Soviética, para estudar, em Moscou, no Instituto de Ciências Sociais, anexo do Comitê Central do PCUS.

 

Sua atuação, contudo, não se resumia apenas na atividade política. Ele participou de vários encontros e jornadas de cinema como membro fundador da Associação Brasileira de Documentaristas, do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, e foi presidente da Federação Norte - Nordeste de Cineclubes. Dirigiu o Centro Acadêmico Josué da Castro, da Faculdade de Sociologia da Fundação José Augusto e presidiu a Associação dos Sociólogos do Rio Grande do Norte. Exerceu vários cargos de chefia no Departamento Estadual de Imprensa do RN. Foi superintendente da tipografia Relâmpago. Diretor da gráfica Manimbu, assessor cultural e Coordenador da Assessoria Especial da Fundação José Augusto.
 

No final dos anos setenta a vida de Pedro Vicente tomaria outro rumo. Em 1978 foi para o Acre, onde assumiu a Direção Executiva das Delegacias do SESC e do SENAC. Lá iniciou a carreira de professor do Ensino Superior, lecionando na Universidade Federal do Acre. Na época era Bacharel em Ciências Sociais, com área de concentração em Sociologia e Política, pela UFRN. Em seguida faria Especialização em Economia Rural (UFAC); Mestrado em Ciências Sociais (Sociologia Política) PUC-SP; e, depois, vindo a obter o título de doutor em Ciências da Comunicação, na USP. Ainda no Acre exerceu o cargo de vice-presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre. Na UFAC, foi Diretor do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais e editor das revistas Cadernos UFAC: Ciência e Tecnologia, Estudos Sociais, e Estudos e Pesquisas. Além disso, foi livreiro, dono de restaurante, e correspondente do semanário Voz da Unidade.
 

Quando retornou ao Rio Grande do Norte em 1992, já como professor da UFRN no Departamento de Ciências Sociais, foi professor-orientador no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (mestrado e doutorado). Alguns anos depois foi chamado a exercer o cargo de Diretor da Editora Universitária, quando editou dezenas de livros e coordenou duas Feiras Nacionais de Livro do Rio Grande do Norte, e a Primeira Bienal Nacional do Livro do Rio Grande do Norte.
 

Sua atuação cultural, no entanto, se tornou muito ampla. Lançou sete livros, entre eles: Capital e Trabalho na Amazônia Ocidental (1992); Reflexões sobre a desintegração do comunismo soviético (1995); Exercícios circunstanciais. Natal (1997); Comunicação alternativa e movimentos sociais na Amazônia Ocidental e Vozes do Nordeste (2002). Ver a relação completa no final do capítulo. Foi integrante do Conselho Municipal de Cultura; tornou-se sócio-efetivo da União Brasileira de Escritores (UBE) e Instituto Histórico e Geográfico do RN, e conselheiro do Conselho Estadual de Cultura do RN.
 

Sua entrada para Academia Norte-Rio-Grandense de Letras não é por acaso. No seu currículo constam inúmeras atividades, prêmios e funções na vida cultural do país. Como cinéfilo e crítico de cinema arrancou elogios de Ivan Junqueira da Academia Brasileira de Letras: “... gostei muito do que você escreveu sobre A festa de Babette e O professor aloprado (...) não conhecia esse seu talento, regozijo-me com a descoberta...”, afirmou o acadêmico. O professor Pedro Vicente também faz parte da comissão de editoração e conselhos editorais de diversas revistas culturais e científicas, regionais e nacionais, entre as quais: revista Cronos, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN; revista Estudos de Sociologia, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, UNESP; revistas do Conselho Estadual de Cultura do RN, Crítica Marxista (SP), Novos Rumos (SP) e Política Democrática (DF).
 

Sua relação com a comunicação sempre esteve presente desde a infância, quando lia as revistas em quadrinhos; quando se tornou cineclubista e crítico de cinema; quando assumiu cargos de direção no Departamento Estadual de Imprensa do RN (1964-69); na Tipografia Relâmpago – Natal-RN (1971-72); na Editora e Gráfica Maninbu da Fundação José Augusto (1973-1974) e quando foi o editor responsável pelo Programa Editorial da Universidade Federal do Acre (1990-1991). Por causa disso, sua trajetória profissional e universitária o levou a fazer doutorado na Escola de Comunicação e Artes da USP.
 

Logo que conheceu a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, na década de 70, e alguns dos seus acadêmicos, colocou como um dos seus objetivos vir a pertencer aos seus quadros. “Fui convidado pelo meu amigo Manuel Onofre Junior várias vezes para concorrer, porém não aceitei por achar que não era o momento oportuno, e que não tinha publicado ainda os livros necessários. Além disso, concorrer a uma vaga na Academia dependia também de bons e sólidos contatos com seus integrantes. O reconhecimento deles ou de alguns deles é fundamental”, declara Dr. Pedro Vicente.
 

Assim, no momento oportuno concorreu à cadeira 31, cujo patrono é o Padre Francisco de Brito Guerra, e tinha como primeiro ocupante o professor José Melquíades de Macedo, sendo eleito com 27 votos em 25/7/2002. A posse ocorreu no dia 26/8/2004. Em sua opinião, a ANL tem no decurso dos seus 70 anos, desde sua fundação em 1936, cumprido o seu papel de instituição cultural por excelência. “Parte do que houve e que há de mais importante no conjunto de intelectuais do Rio Grande do Norte, dela participa ou participou”. “O somatório da produção intelectual dos seus integrantes, científica e literária, com certeza, tem um peso cultural inestimável na história social e política do nosso estado, e por extensão do país”. Com sua obra reconhecida em todo país, Dr. Pedro Vicente colheu vários depoimentos importantes de sua obra, entre eles, os que seguem abaixo:

 

 

OPINIÕES SOBRE O AUTOR:

 

“... ademais de ser um empenho analítico, este livro é também um testemunho de solidariedade com uma terra e uma gente que, para Pedro Vicente, se converteram em sua terra e sua gente”.

José Paulo Netto – ensaísta e professor da UFRJ

 

 

“... concluí leitura detida e atenta do seu Capital e trabalho na Amazônia Ocidental. (...) é seguramente um marco na literatura sobre o assunto naquelas paragens do nosso país. (...) Enfim não me surpreende como não surpreende ninguém que conheça a sua inteligência aguda e a sua sensibilidade...”.

Sebastião Vilanova - professor, sociólogo e ensaísta

 

Recebi e li, com receptividade empática, os seus exímios Exercícios circunstanciais, escritos com vigor e rigor, texto fluente e capacidade de informar sem “fofocalísticas” ou pontificações profissionais.

Marcos de Farias Costa – poeta e ensaísta

 

“Continuo lendo o seu livro. (...) A variedade temática tem me agradado bastante. Embora a aridez dos assuntos políticos possa criar certas dificuldades para os poetas, o livro oferece outras iguarias bem mais palatáveis. É o caso, por exemplo, do excelente trabalho sobre o filme A festa de Babette”.

Francisco Carvalho – poeta e ensaísta

 

“Foi reconfortante constatar que o autor é bom. (...) Fico feliz por você e pelo Rio Grande do Norte (...) os artigos que têm o cinema como tema estão ótimos”.

Gilberto Stábile – crítico de cinema

 

“Ontem à noite me você me proporcionou bons momentos de leitura. (...) Obrigado Pedro, e obrigado pelo prazer da leitura que o seu livro Exercícios circunstanciais me proporcionou. Você é um belo ensaísta. Escreva mais, muito mais, dê vazão ao seu talento”.

Nei Leandro de Castro – poeta e romancista

 

“Através da leitura do seu trabalho (Comunicação alternativa e movimentos sociais na Amazônia Ocidental), tomei completo conhecimento dos trágicos acontecimentos que transformaram, há poucos anos, o Acre em um território sem Lei, objeto da “invasão” dos pecuaristas “paulistas”. Você traçou, com maestria, aqueles, conturbados tempos, motivo pelo qual lhe apresento os mais sinceros parabéns pelo seu trabalho literário.

Olavo de Medeiros Filho – historiador e ensaísta (da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras)

 

“O trabalho se destaca ainda pelo cuidado empírico de caracterizar os temas explorados naqueles periódicos e sua materialidade de imprensa – estilos textuais, imagens, etc. Alia-se a isso a preocupação erudita de debater uma bibliografia ampla e diversificada e o apelo à documentação” complementar de grande interesse... A solidez do texto está apoiada, por fim, na experiência anterior de pesquisa... e em seu convívio direto com muitos personagens agora estudados”.

MARCOS SILVA – HISTORIADOR, ENSAÍSTA E PROFESSOR DA USP


PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO

 


05/09/2013  - Morreu em Natal, no Rio Grande do Norte, aos 67 anos, o sociólogo e cientista político Pedro Vicente da Costa Sobrinho. Ele faleceu no final da tarde de quinta-feira última (dia 5), após lutar contra um câncer no pâncreas. O velório, que começou às 22h daquele mesmo dia, no Cemitério Morada da Paz, em Emaús, varou a madrugada para receber seus muitos amigos. Na sexta-feira (dia 6), às 16h, foi celebrada missa em sua memória antes do corpo ser cremado. Conforme seu desejo, suas cinzas serão depositadas no rio Acre, em Rio Branco (AC).

Pedro Vicente, nascido no município riograndense de Macau, além de professor e escritor, foi um dedicado militante e até dirigente do Partido Comunista Brasileiro, desde a juventude, e, há anos, fazia parte do Conselho Editorial da revista "Política Democrática", da Fundação Astrojildo Pereira, do Partido Popular Socialista.

Mestre em Ciências Sociais, doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Economia Rural, foi professor, no período em que esteve no extremo Norte do país,  do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Acre, onde constituiu família com Maria do Socorro Araújo. Teve duas filhas, Mariana e Tatiana. Na capital acreana, manteve a Livraria Casarão, foi delegado executivo do SESC e SENAC e organizou a primeira Bienal do Livro de Rio Branco. Foi homenageado com os títulos de cidadão do Acre e da cidade de Rio Branco.

Membro da Academia Norte-riograndense de Letras, onde  ocupava a cadeira número 32, era, acima de tudo, um amante dos livros e da cultura, foi professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo sido diretor da Editora Universitária (EDUFRN) na gestão do reitor Ótom Anselmo de Oliveira. Presidiu a Associação dos Sociólogos do Rio Grande do Norte e a Federação Norte-Nordeste de Cine-Clubes. Era sócio-correspondente da Academia  Acreana de Letras; integrava o Conselho Municipal de Cultura de Natal; foi sócio efetivo da União Brasileira de Escritores de Pernambuco, sócio honorário da UBE/RN, integrava o Instituto Histórico e Geográfico do seu estado e era pesquisador de culinária da Amazõnia e de gastronomia em geral.

Foi autor de livros nas áreas de sociologia e política, dentre eles destacam-se "Capital e Trabalho  na Amazônia Ocidental", "Exercícios circunstanciais", "A desintegração do comunismo soviético", "Outras circunstâncias", "Vozes do Nordeste" e "Comunicação Alternativa e movimentos sociais na Amazônia Ocidental".

Homem retilíneo, competente e muito sério, que sabia fazer grandes amizades, vai fazer muita falta à família, aos amigos e ao mundo da cultura potiguar.

FONTE - INTERNET


Quem sou eu

Minha foto
SUAS CRÍTICAS DESTRUTIVAS FORAM DE SUA IMPORTÂNCIA PARA O CRESCIMENTO DO PORTAL TERRAS POTIGUARES, ATUALMENTE COM 40 PÁGINAS PRINCIPAIS E MAIS DE DOIS MIL LINKS

Arquivo do blog

PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO

  PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO, IMORTAL DA CADEIRA 31 DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS, QUE TEM COMO PATRONO PADRE BRITO GUERRA, PR...